Manhã de Inverno tarde de Verão,
sabedoria popular que ao clima muito deve, pois as dívidas, quando quebradas,
às partes deixa disputa e esta, quando ao clima atribuído, deixa buraco ao
devedor, ou melhor ao ozono, insidiosa presença tão badalada e arremessada
entre comunidades, a cientifica e a política!
Manhã de Inverno tarde de Verão,
talvez ao acaso devido, obra feita a preceito por S. Pedro num belo dia de
Março, para aos excursionistas agradar. Risco calculado, risco desejado e,
fragata do Tejo a montante aproada, só em Valada rumo alterou, tal a movida tal
a saudade que a navegação deixou. A primeira pedra estava lançada e, outros
passeios viriam, com igual chancela, com igual cultura, a HC.
Manhã de Inverno tarde de Verão, a
secura de um estio que ainda estagia, sai de cena pois, a erva que, sendo
daninha cobre campos e dá sorte, sempre que os atrevidos a procuram, pois sendo
trevo, quando por deformação genética quatro folhas tem, dá sorte dá esperança
em melhores dias! Assim diz o povo assim será?
Manhã de Inverno tarde de Verão, é
a Primavera que chega, e com ela, as flores os ventos e os amores, sempre
gerados sempre vividos, pois é das flores que a vida começa, que o ciclo dá os
primeiros passos a caminho da renovação. As amendoeiras, árvore que à história
deve notoriedade, cobrem-se de pequenas flores brancas e rosa que, para regiões
onde a neve não chega, passam por tal, servem o encanto das mouras encantadas!
Mouras, pelo Algarve encontradas, mouras que aos príncipes despertaram
paixões.
Reza a história que, um tal
Almudin, árabe conquistador, para recuperar a nostálgica Gilda, sua amada,
cobriu o Algarve de neve, tão branca e pura, quanto a que povoava o imaginário
da sua doce amada. Tal feito, a seu crédito fica, pois cobriu o Algarve de amendoeiras,
flor tão doce e tão pura, quanto o doce encanto e ilusão de sua amada! Enfim,
ontem Arade hoje Alqueva, pois de água necessitam para de flores se
cobrir.
Manhã de Inverno tarde de Verão, a
hora acomoda-se à exposição solar, a Páscoa que, aos cristãos apela ao luto e
ressurreição, pede recolhimento, pede concílio familiar, encontrando no folar e
nas amêndoas, o suplemento energético, pois os quarenta dias precedentes, ao
jejum são dedicados, isto é, a quaresma assim sugere! Se ao Norte, as carnes e
enchidos dão ao folar sabor, ao Sul, o açúcar caramelizado, inquieta os que por
Olhão passam!
Embora crentes, por devoção ou
inscrição incondicional (batizados e crismados), a devoção à amizade releva os
demais sentimentos e, mesa composta, quaresma em suspenso, sete bons cristãos,
diplomados pela catequese, não deixam rasto, pois de arrasto, da sopa ao
digestivo, o menu deu brado, deu agrado.
Ao confessor inspirado, as mazelas
deram conta, deixando aos demais, testemunhas do evento, revisão de provas, pois
a Páscoa, embora chuvosa, sempre dá brado: PÁSCOA FELIZ".
João Sadler Simões