terça-feira, 29 de agosto de 2017

EVENTOS DE SETEMBRO


Encontro mensal: no CMN terça-feira, dia 26. Rendez-vous pelas 12.15h, seguido de almoço pelas 13.00h.

Aniversários:

03 - (1944) --- Valter MARTINS VAIRINHOS                       

06 - (1945) --- João SADLER SIMÕES                                      

23 - (1946) --- Pedro SOUSA SANTOS                    

25 - (1945) --- Joaquim Alho PEREIRA LINO                        

Também nascido neste mês, dia 25 (1943), o José Manuel CORREIA GRAÇA que nos deixou em 05-11-2010.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

NOTA FÚNEBRE

Pela Memória do CMG MÁRIO ALBERTO DIAS MONTEIRO SANTOS (1945-2017)

O nosso Camarada Amigo Mário Monteiro Santos faleceu no passado dia 05 de Abril de 2017 em Oeiras, vítima de uma doença prolongada.
Ingressou no curso "Hermenegildo Capelo" juntamente com outros 24 cadetes do curso "Corte Real" e desde cedo se evidenciou entre nós pelo seu caráter Nobre e possuidor de um Elevado Brio Militar, sempre muito Alegre e Jovial, mas um tanto reservado e pouco participativo nos nossos "graneis"...
Numa palavra: ele era um "Gentleman"!
Bem atento ao Lema "Homens de Ferro em Navios de Madeira", iniciou em 1968 a sua Carreira Naval nos Draga-Minas, tendo tirado a especialização de "Fuzileiro Especial" em 1969 e voluntariando-se para prestar serviço numa Companhia de Fuzileiros no Comando da Defesa Marítima da Guiné, onde começou por comandar um Pelotão, mas pouco tempo depois, assumiu as funções de Imediato da Companhia pelo justo reconhecimento das suas elevadas qualidades de Competência Profissional e de Liderança na condução de homens no teatro de operações.
Aliás, estas suas qualidades viriam a contribuir largamente para o sucesso continuado da bem orientada atividade em campanha da sua Unidade e foram com plena justiça bem realçadas num bonito louvor dado em Janeiro de 1971, pelo Comandante da Defesa Marítima da Guiné.
Finda esta sua comissão e já como 1º Ten. regressa à Flotilha de Navios Patrulhas para comandar os NPR "Horta" e "Rosário", empenhando-se proficuamente na "tarefa hercúlia" da sua reativação e do seu aprontamento, após o longo período de imobilização a que estes dois Draga-Minas estiveram sujeitos e tira também os importantes cursos de Aperfeiçoamento para "Comandante de Draga-Minas" e os de "OTC de uma Unidade de Rocegas " e do "Tactical Training for Officers and CIC Personel".
Em 1980, destacou em acumulação para o Instituto Naval de Guerrra, para tirar com boa classificação o "Curso Geral Naval de Guerra".
Mas foi sempre com o pensamento no mar que em 1982 se especializou em Navegação no Instituto Hidrográfico, passando depois a prestar serviço nessa Unidade durante 5 anos e por ter sempre presente a preocupação latente do seu aperfeiçoamento técnico, tirou também o curso para o "Planeamento de Operações Navais", o do "Staff Officers Orientation" e o de "Ace Intelligence Officers".
Em 1987 foi-lhe atribuído o Comando da Corveta "NRP Oliveira e Carmo", cargo este que exerceu durante dois anos com Muito Brio, Dedicação e Competência Profissional, tal como foi sempre o seu apanágio.
Foi chamado em 1991 à sua casa mãe da Escola Naval para passar a exercer o importante cargo de Comandante do Corpo de Alunos, para que, com a sua ação padrão exemplar, incutisse nos futuros oficiais da Armada uma correta formação militar. A sua ação moralizadora e disciplinadora junto dos Cadetes, sempre alicerçada numa grande dose de determinação e de persistência, permitiram-lhe efetuar essa desejada transformação no Corpo de Alunos, conforme o atesta bem o louvor que lhe foi dado na altura pelo V/Almirante Comandante da Escola Naval.
Em 1996, num quadro de grandes restrições orçamentais, assume o difícil Comando de uma Esquadrilha de Navios Patrulhas já bastante envelhecida e com mais de 20 Unidades Navais. Usando então de uma política de muito bom senso e sabendo maximizar a utilização das guarnicões dos Navios da Esquadrilha, conseguiu cumprir sempre com o planeamento operacional do disposivo superiormente determinado, unindo todos com determinação à volta da missão, motivo pelo qual e mais uma vez, os seus serviços então prestados foram louvados como tendo sido Relevantes e Distintos.
Destacado outra vez em 1998 para a Escola Naval, mas agora na qualidade do seu 2º Comandante, vê-se de novo a braços com as limitações orçamentais da Marinha, que se refletiam nos orgãos de apoio ao ensino que eram da sua responsabilidade direta, mas que ele soube bem como ultrapassar com eficácia, graças ao seu grande poder de análise e de síntese e à sua capacidade organizativa.
A área das infraestruturas da Escola foi também sensivelmente melhorada graças à sua ação dinamizadora no aproveitamento exaustivo dos recursos com a obtenção do máximo das dotações e assim, por ter contribuído de uma forma eficaz no apoio à missão da Escola Naval, o Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, considerou como tendo sido dado por si próprio o louvor do Comandante da Escola Naval concedido ao C.te Monteiro Santos, em que foram de novo classificados os seus serviços prestados, como tendo sido Relevantes e Distintos.
Em 2001 o C.te Mário Monteiro Santos foi selecionado para tirar o "Curso Superior Naval de Guerra", com vista à sua preparação para poder vir a ocupar futuros cargos de maior responsabilidade na Marinha, como corolário lógico da sua distinta Carreira Naval, sobejamente reconhecida nos seus 17 importantes louvores com que foi agraciado e pelas suas valiosas medalhas que lhe foram sendo impostas ao longo da sua distinta vida de Marinha, nomeadamente a "Medalha Militar de Serviços Distintos de Ouro e outras duas de Prata", as "Medalhas Militares de Mérito de 2ª e 3ª Classe", o "Distintivo Especial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito ", a "Cruz Naval de 2ª Classe", a "Medalha Militar de Prata de Comportamento Exemplar" e as duas "Medalhas Comemorativas das Campanhas das Forças Armadas com as Legendas de Moçambique e da Guiné".
Contudo, após ter concluído com aproveitamento este importante Curso, passaria à situação de Reserva em 2002, tendo sido nomeado por escolha em 2003 para dirigir o Planetário Calouste Gulbenkian em Belém.
Em Maio de 2004, com verbas da Fundação Calouste Gulbenkian a quem competia fazer a manutenção do Planetário, conseguiria que ele fosse intervencionado estruturalmente para a melhoria do seu funcionamento e para a instalação de um novo equipamento de projeção, que apesar de ser pequeno, é mais potente e tem mais capacidades.
O Planetário ficou operacional em 2005, beneficiando a partir dessa data principalmente uma vasta população jovem em idade escolar, que pode assim comodamente aprender e maravilhar-se ao ver recriado no céu simulado as estrelas do firmamento, o sistema solar, as constelações e ver a revelação dos muitos mistérios do Cosmos que a nova máquina veio proporcionar.
Obrigado Camarada Amigo, por este teu trabalho para a modernização do Planetário Calouste Gulbenkian.
A Marinha, reconhecendo-lhe os seus dotes de Ponderação, Bom Senso, Inteligência e principalmente a sua qualidade de "Saber Ouvir", ainda o viria a nomear para uma sua útima missão para desempenhar o cargo de Juiz Militar no Tribunal de 1º Instância nas varas criminais do Porto, cargo esse, que por deliberação do Conselho Superior da Magistratura, começou a ser por ele desempenhado a partir Janeiro de 2008.
 Mais tarde, já em 2013, passou à Situação de Reforma.
O Curso Hermenegildo Capelo sempre te recordará com saudade Camarada Amigo, mas sobretudo com Muita Admiração também, pela tua Invulgar Brilhante Carreira Militar ao serviço da Marinha, que eu aqui tive o privilégio de a poder detalhar de forma resumida para memória futura.
A toda a tua Família e Amigos e em nome do Curso HC, expresso aqui as nossas mais sentidas condolências.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   PR
NOTA: Texto enviado para publicação nos Anais do Clube Militar Naval