A BORDO II
O Vice-Almirante Hermenegildo Capelo, navegador, cientista e explorador africano, foi designado patrono do Curso que entrou na Escola Naval em 1964. Nesta altura em que a Reforma nos tenta fazer esquecer a Marinha, este espaço pretende manter viva a chama da camaradagem e das amizades que nela granjeámos ao longo da nossa vida naval.
terça-feira, 31 de outubro de 2017
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
JANELA DISCRETA
A "Janela Discreta" associa-se ao aniversário do N.E. Sagres, dando a conhecer o seu ultimo registo, no passado dia 25 de Outubro.
domingo, 29 de outubro de 2017
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
EVENTOS DE NOVEMBRO
Encontro mensal
no CMN terça-feira, dia 28. Rendez-vous
pelas 12.15h, seguido de almoço pelas 13.00h.
Aniversários:
09 - (1946) --- Fernando
Vargas de Matos
11 - (1944) --- Hermano
Simões Arrobas
12 - (1944) --- Jorge
Augusto Pires
terça-feira, 24 de outubro de 2017
CRUZEIRO HC
Pró-Memória
Pergunta ao satélite que passa notícias do meu país, o
satélite agrava a fatura o satélite nada me diz! Silêncio comunicações,
isolamento do século, século marcado pela ditadura das operadoras de
telecomunicações que, ainda no Tejo navegávamos e já, por SMS, agravavam os
custos contratuais.
Avisados e bem-dispostos, sete HC´s e suas Penélopes,
rumaram ao MSC “Magnifica”, contando por experiência o que, as diferentes
carreiras proporcionaram. Necessariamente pouco, por diferente nos seus
propósitos! Malas feitas e etiquetadas, eis Santa Apolónia, testemunha de tão
significativo passeio HC, por território da jurisdição do Rei Neptuno, rei que,
em longínquo ano de 1966, deu cobertura e registo real aos agora turistas:
Carlos Vasconcelos Carrasco; Manuel Raul Ferreira Pires; João Sadler Simões;
Zenóbio José Roque Cavaco; António Luís Centeno da Costa; Eduardo Manuel Pires
Coelho e Alberto Serrano Fontes.
Três sonoros toques e, afastado do cais, o navio responde
à força motriz que dispõe, deslocando-se lenta e progressivamente, tão lenta e
progressivamente quanto, as câmaras fotográficas registam séculos de história.
As colinas, sete desafiadores núcleos populacionais, ancorados na sonoridade e
sentimento de canção comum, património imaterial da humanidade, projetavam-se
nos quinze decks que, de vante a ré e ao longo dos 320 metros do navio,
formavam tela de emoções.
Os camarotes/cabines, favos de colmeia onde, por 9 dias a
vida acontece, são rodeados do conforto, em meios e serviços, adequados ao
patamar escolhido, deixando os HC’s, lado a lado, simulação de estrutura,
esmero e cuidado, desde a limpeza diária à composição das vestes comuns à
noite!
A vida é bela como bela é a cidade que, pela popa vai
ficando, uma vez tomado o rumo da barra sul e o Alto da Boa Viagem se reduz,
qual inversão de zoom em fim de reportagem. Barcelona, Marselha, Génova, Málaga
e por fim Casablanca, terra prometida, é objeto das cores e sons reinantes a
bordo, bordo feito em modelo turístico onde a oferta preenche o tempo com
densidade do século XXI.
Daily Program, percurso de uma vida a bordo ritmada
pelo Manuel, “Leader” por todos estimado e respeitado, mobilizava o grupo para
espetáculos, bares e lojas, qual “Hollywood fora de horas”, onde o casino e
respetiva escadaria luminosa, criavam a ilusão consumista da sociedade
capitalista, local onde o grupo, em pose, deixou registo para o futuro. Beleza
sem limites…
As cidades que, pela proa se avistavam, “terra à vista”,
desde imemoriais tempos desejada, foram conquistadas por este bravo grupo
excursionista, pela perspicaz ótica de guia, como se de curta-metragem se
tratasse, tal a desproporção do tempo face à grandeza do objeto! Gaudí e a sua
Barcelona natal, onde a Catedral da Sagrada Família e mais edifícios da sua
lavra, mereceram especial atenção. Então a fome e o deficit de cafeína faziam
as suas baixas pelo que, já na Praça Catalunha, aos excursionistas foram dados
40 minutos de liberdade, liberdade mergulhada em saborosas tapas.
A marselhesa, canção guerreira que, de boca em boca,
andava pelas colunas de soldados franceses por ocasião da 1ª guerra mundial, é
símbolo de França e de Marselha, vasto porto mediterrânico, onde os credos e
raças se misturam, nem sempre, em ambiente de fraternidade. A Basílica Notre
Dame de la Garde, vencida com sangue suor e lágrimas, soberba vista onde o
vasto porto de recreio e comercial, foi profusamente registada, bem como a
formosa ilha de If e respetiva fortaleza, fonte de inspiração de Alexandre
Dumas, no “Conde de Monte Cristo”, obra que o celebrizou. De referir ainda, o
Palácio Lonchamp e seus belos jardins, onde consta o famoso Museu de Baux Arts.
Enfim, o tempo escoava-se e o MSC “Magnifica” esperava por nós!
“Magnífica”, “Megravilha” e “Orquestra”, irmãos das mesmas
águas, fazem do acolhimento dos portos local de convívio e partilha de
intimidades, qual cardume de golfinhos explorando os mares aos quais pertencem,
assim o encontro e forte abraço, interpretado pelos passageiros de bordo. Que
belo momento vivido e que prova de solidariedade que só o mar sabe gerar.
Noite de gala, gravatas que apertam, vestidos que marcam,
silhuetas que ficam, eis os anos sessenta, setenta e oitenta, compasso marcado
pelo rock’ n rol, sons que
transportam os HC’s e suas Penélopes para uma juventude latente, sempre
presente no seu subconsciente!!!
O dia amanhece cinzento e no horizonte, a bota, Itália
romana que a história marcou, então representada por Génova, república de
mercadores cujos palácios são marco histórico da antiga Génova, cuja bandeira
surge plena de distinção ao lado da bandeira de Itália. Percorremos Génova
antiga e passeámos pelo porto antigo, onde bairro piscatório típico, fez as
delícias do rápido passeio, sempre testemunhado pela “Lanterna”, estrutura
elevada onde farol orienta a navegação que ruma o porto. De regresso ao “Magnifica”,
paramos na célebre Praça Ferrari e Rua XX de Setembro, então com o comércio
fechado por ser Domingo. A Catedral de S. Lorenzo e o Museu do Mar, não
escaparam à guia no seu “português das docas”.
Com o regresso a Espanha, visita a Málaga, aos lobos-do-mar
pedia-se para, na longa tirada de 813 milhas e em apresentação em ambiente de
gala, darem-se a conhecer, para o que decorreu show no Royal Theatre e receção no Tiger Bar. O Mediterrâneo ajudou
e o enjoo faltou!
A tarde do dia 10 - eram 1200 horas espanholas quando
atracamos no Porto de Málaga- foi ocupada a percorrer o centro histórico da
cidade, capital da Costa do Sol e importante porto da
Andaluzia onde sobressai o turismo. A presença mourisca, até ao século XV, tem
vivo testemunho na Alcazaba, majestosa fortaleza agora convertida em museu
arqueológico, junto da qual o grupo HC almoçou, no famoso restaurante “El
Pimpi”. Callas a dentro, foi possível
não só apreciar a monumentalidade da cidade antiga, como adquirir recordações
em tarde soalheira e amena. Picasso, fazendo parte da cultura de Málaga, está
referenciado em museu que, tal como outros símbolos das terras visitadas,
excedem os parâmetros do cruzeiro escolhido.
Com Málaga, encerramos capítulo europeu, de boa memória,
e abandonamos o Mediterrâneo, Gibraltar ao vento, para, via Atlântico, rumar a
Marrocos, terra onde o sebastianismo se gerou, até aos dias de hoje! O “Magnifica”,
ameaçado pela muralha de contentores, guindastes e navios em faina no Porto de
Casablanca, deu luz verde aos HC’s, retomando cheiros cores e vidas vivenciadas
intensamente quando, em missão, fizeram de territórios africanos com língua
oficial portuguesa, seu teatro de operações. Boa sorte amigos, agora que
guiados por marroquino francófono e engenhoso, retomarás África, continuidade
descontinua do Alentejo e Algarve!!!
A emoção, por vezes exaltada, da língua de Camões,
cantada por marroquino, trouxe magia aos já mágicos locais visitados: A Casa do
Pachá; A Porta do Palácio do Rei; A Igreja de Nossa Senhora de Lourdes e a
grandiosa Mesquita Hassan II, imponentemente erguida à beira Atlântico, qual
Caravela fazendo-se ao mar. O seu minarete, o mais alto do mundo, projeta-a na
alma de todos os crentes que, todas as sextas-feiras, fazem as suas orações
para Meca. Simplesmente majestoso.
Vozes de fadiga, saudades emergentes, a Lisboa que amamos,
em sexta-feira 13, recebeu este grupo de amigos e amigas que, ano após ano,
teimam em se reunir para abrir novos horizontes ao horizonte da vida. Saída
abortada, sabe-se porquê, relógios aferidos à hora de Lisboa, aos cruzeiristas
coube arrumar malas e, na noite de 12, quinta-feira, confiar os seus pertences,
pela última vez, ao camareiro que tão bem nos serviu, tal como o staff que, diretamente e durante nove
longos dias e noites nos prestaram serviço de qualidade, senão mesmo GOURMET.
Atestámos e participámos para que conste no seu débil curriculum,
último ato de elevada dignidade e justiça, de quem nos agregou, juntou e
sensibilizou com elevada competência. Para ele, o nosso amigo Manuel, ficamos a
dever mais uma grande jornada HC, o CRUZEIRO HC.
João Sadler Simões
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
CRUZEIRO NO MEDITERRÂNEO
Pouco passava das 16 horas, eis que, o MSC MAGNIFICA se fez ouvir, como se aos HC's que pela manhã o deixaram, deixasse uma última mensagem!
Para que conste, ficaram nove dias de embarque vividos com amizade e alegria.
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