segunda-feira, 30 de outubro de 2017

JANELA DISCRETA

A "Janela Discreta" associa-se ao aniversário do N.E. Sagres, dando a conhecer o seu ultimo registo, no passado dia 25 de Outubro.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

EVENTOS DE NOVEMBRO


Encontro mensal no CMN terça-feira, dia 28. Rendez-vous pelas 12.15h, seguido de almoço pelas 13.00h.

Aniversários:

09 - (1946) --- Fernando Vargas de Matos             

11 - (1944) --- Hermano Simões Arrobas               

12 - (1944) --- Jorge Augusto Pires

terça-feira, 24 de outubro de 2017

CRUZEIRO HC


Pró-Memória


Pergunta ao satélite que passa notícias do meu país, o satélite agrava a fatura o satélite nada me diz! Silêncio comunicações, isolamento do século, século marcado pela ditadura das operadoras de telecomunicações que, ainda no Tejo navegávamos e já, por SMS, agravavam os custos contratuais.

Avisados e bem-dispostos, sete HC´s e suas Penélopes, rumaram ao MSC “Magnifica”, contando por experiência o que, as diferentes carreiras proporcionaram. Necessariamente pouco, por diferente nos seus propósitos! Malas feitas e etiquetadas, eis Santa Apolónia, testemunha de tão significativo passeio HC, por território da jurisdição do Rei Neptuno, rei que, em longínquo ano de 1966, deu cobertura e registo real aos agora turistas: Carlos Vasconcelos Carrasco; Manuel Raul Ferreira Pires; João Sadler Simões; Zenóbio José Roque Cavaco; António Luís Centeno da Costa; Eduardo Manuel Pires Coelho e Alberto Serrano Fontes.

Três sonoros toques e, afastado do cais, o navio responde à força motriz que dispõe, deslocando-se lenta e progressivamente, tão lenta e progressivamente quanto, as câmaras fotográficas registam séculos de história. As colinas, sete desafiadores núcleos populacionais, ancorados na sonoridade e sentimento de canção comum, património imaterial da humanidade, projetavam-se nos quinze decks que, de vante a ré e ao longo dos 320 metros do navio, formavam tela de emoções.

Os camarotes/cabines, favos de colmeia onde, por 9 dias a vida acontece, são rodeados do conforto, em meios e serviços, adequados ao patamar escolhido, deixando os HC’s, lado a lado, simulação de estrutura, esmero e cuidado, desde a limpeza diária à composição das vestes comuns à noite!

A vida é bela como bela é a cidade que, pela popa vai ficando, uma vez tomado o rumo da barra sul e o Alto da Boa Viagem se reduz, qual inversão de zoom em fim de reportagem. Barcelona, Marselha, Génova, Málaga e por fim Casablanca, terra prometida, é objeto das cores e sons reinantes a bordo, bordo feito em modelo turístico onde a oferta preenche o tempo com densidade do século XXI.

Daily Program, percurso de uma vida a bordo ritmada pelo Manuel, “Leader” por todos estimado e respeitado, mobilizava o grupo para espetáculos, bares e lojas, qual “Hollywood fora de horas”, onde o casino e respetiva escadaria luminosa, criavam a ilusão consumista da sociedade capitalista, local onde o grupo, em pose, deixou registo para o futuro. Beleza sem limites…

As cidades que, pela proa se avistavam, “terra à vista”, desde imemoriais tempos desejada, foram conquistadas por este bravo grupo excursionista, pela perspicaz ótica de guia, como se de curta-metragem se tratasse, tal a desproporção do tempo face à grandeza do objeto! Gaudí e a sua Barcelona natal, onde a Catedral da Sagrada Família e mais edifícios da sua lavra, mereceram especial atenção. Então a fome e o deficit de cafeína faziam as suas baixas pelo que, já na Praça Catalunha, aos excursionistas foram dados 40 minutos de liberdade, liberdade mergulhada em saborosas tapas.

A marselhesa, canção guerreira que, de boca em boca, andava pelas colunas de soldados franceses por ocasião da 1ª guerra mundial, é símbolo de França e de Marselha, vasto porto mediterrânico, onde os credos e raças se misturam, nem sempre, em ambiente de fraternidade. A Basílica Notre Dame de la Garde, vencida com sangue suor e lágrimas, soberba vista onde o vasto porto de recreio e comercial, foi profusamente registada, bem como a formosa ilha de If e respetiva fortaleza, fonte de inspiração de Alexandre Dumas, no “Conde de Monte Cristo”, obra que o celebrizou. De referir ainda, o Palácio Lonchamp e seus belos jardins, onde consta o famoso Museu de Baux Arts. Enfim, o tempo escoava-se e o MSC “Magnifica” esperava por nós!

“Magnífica”, “Megravilha” e “Orquestra”, irmãos das mesmas águas, fazem do acolhimento dos portos local de convívio e partilha de intimidades, qual cardume de golfinhos explorando os mares aos quais pertencem, assim o encontro e forte abraço, interpretado pelos passageiros de bordo. Que belo momento vivido e que prova de solidariedade que só o mar sabe gerar.

Noite de gala, gravatas que apertam, vestidos que marcam, silhuetas que ficam, eis os anos sessenta, setenta e oitenta, compasso marcado pelo rock’ n rol, sons que transportam os HC’s e suas Penélopes para uma juventude latente, sempre presente no seu subconsciente!!!

O dia amanhece cinzento e no horizonte, a bota, Itália romana que a história marcou, então representada por Génova, república de mercadores cujos palácios são marco histórico da antiga Génova, cuja bandeira surge plena de distinção ao lado da bandeira de Itália. Percorremos Génova antiga e passeámos pelo porto antigo, onde bairro piscatório típico, fez as delícias do rápido passeio, sempre testemunhado pela “Lanterna”, estrutura elevada onde farol orienta a navegação que ruma o porto. De regresso ao “Magnifica”, paramos na célebre Praça Ferrari e Rua XX de Setembro, então com o comércio fechado por ser Domingo. A Catedral de S. Lorenzo e o Museu do Mar, não escaparam à guia no seu “português das docas”.

Com o regresso a Espanha, visita a Málaga, aos lobos-do-mar pedia-se para, na longa tirada de 813 milhas e em apresentação em ambiente de gala, darem-se a conhecer, para o que decorreu show no Royal Theatre e receção no Tiger Bar. O Mediterrâneo ajudou e o enjoo faltou!

A tarde do dia 10 - eram 1200 horas espanholas quando atracamos no Porto de Málaga- foi ocupada a percorrer o centro histórico da cidade, capital da Costa do Sol e importante porto da Andaluzia onde sobressai o turismo. A presença mourisca, até ao século XV, tem vivo testemunho na Alcazaba, majestosa fortaleza agora convertida em museu arqueológico, junto da qual o grupo HC almoçou, no famoso restaurante “El Pimpi”. Callas a dentro, foi possível não só apreciar a monumentalidade da cidade antiga, como adquirir recordações em tarde soalheira e amena. Picasso, fazendo parte da cultura de Málaga, está referenciado em museu que, tal como outros símbolos das terras visitadas, excedem os parâmetros do cruzeiro escolhido.

Com Málaga, encerramos capítulo europeu, de boa memória, e abandonamos o Mediterrâneo, Gibraltar ao vento, para, via Atlântico, rumar a Marrocos, terra onde o sebastianismo se gerou, até aos dias de hoje! O “Magnifica”, ameaçado pela muralha de contentores, guindastes e navios em faina no Porto de Casablanca, deu luz verde aos HC’s, retomando cheiros cores e vidas vivenciadas intensamente quando, em missão, fizeram de territórios africanos com língua oficial portuguesa, seu teatro de operações. Boa sorte amigos, agora que guiados por marroquino francófono e engenhoso, retomarás África, continuidade descontinua do Alentejo e Algarve!!!

A emoção, por vezes exaltada, da língua de Camões, cantada por marroquino, trouxe magia aos já mágicos locais visitados: A Casa do Pachá; A Porta do Palácio do Rei; A Igreja de Nossa Senhora de Lourdes e a grandiosa Mesquita Hassan II, imponentemente erguida à beira Atlântico, qual Caravela fazendo-se ao mar. O seu minarete, o mais alto do mundo, projeta-a na alma de todos os crentes que, todas as sextas-feiras, fazem as suas orações para Meca. Simplesmente majestoso.  

Vozes de fadiga, saudades emergentes, a Lisboa que amamos, em sexta-feira 13, recebeu este grupo de amigos e amigas que, ano após ano, teimam em se reunir para abrir novos horizontes ao horizonte da vida. Saída abortada, sabe-se porquê, relógios aferidos à hora de Lisboa, aos cruzeiristas coube arrumar malas e, na noite de 12, quinta-feira, confiar os seus pertences, pela última vez, ao camareiro que tão bem nos serviu, tal como o staff que, diretamente e durante nove longos dias e noites nos prestaram serviço de qualidade, senão mesmo GOURMET.

Atestámos e participámos para que conste no seu débil curriculum, último ato de elevada dignidade e justiça, de quem nos agregou, juntou e sensibilizou com elevada competência. Para ele, o nosso amigo Manuel, ficamos a dever mais uma grande jornada HC, o CRUZEIRO HC.    
João Sadler Simões     

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

CRUZEIRO NO MEDITERRÂNEO

Pouco passava das 16 horas, eis que, o MSC MAGNIFICA se fez ouvir, como se aos HC's que pela manhã o deixaram, deixasse uma última mensagem!
Para que conste, ficaram nove dias de embarque vividos com amizade e alegria.